segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Abordagem I

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Abriu a porta, postou-se naquela cadeira, no meio dos demais, e se colocou a observar o que passara. Em menos de dez segundos já se encontrava tão distante dali quanto poderia. Na verdade, não tão longe. Fora ali onde tudo sucedera. Colocava-se afastado em sentido de tempo, de dias atrás. E ali repassava tudo o que vivera naqueles dias passados, próximo dali, tão próximo. E, será que voltaria?

Ela, apressada, corria para não se atrasar. Recorrentemente pensava se fora ela errada ou se estaria errada em pensar, olhar ou falar da forma que falaria. Não, haveria a possibilidade de não vê-lo. Mas pensava se o visse. Subiu as escadas, postou-se à porta e olhou pela brecha, antes que este pudesse vê-la. O viu e titubeou em seus pensamentos.

Neste momento ele já a via. E lhe fraquejavam as pernas, forçavam as batidas no peito e tremiam-lhe as mãos. Disfarçava fingindo estar com frio. Ela chegou, e ele a olhou nos olhos sem saber bem como reagir. Via-se tímido, sem jeito, desconcertado. Por sorte a cena se passava rapidamente. Contudo, o momento de levantar-se de ambos seria o mesmo, e ali, não haveria como disfarçar as pernas, as mãos, o peito, ou correria o risco de se expor ao ridículo e usual que é o declarar-se brevemente.

Levantou-se de sua cadeira e seguiu em direção à porta quando foi abordada. Falava-lhe ele. Em tom breve e um pouco desconcertado o que lhe vinha no pensamento. Fazia-se de desentendida e dava-lhe toda a atenção. Respondeu as perguntas, riu das piadas e mostrou-se ciente de comentário que só pôde ser entendido pelos dois. Mesmo que dito diante daquela multidão. Ele não disse tudo o que queria pois, ali, não poderia e disse apenas que ainda tinha o que lhe falar e que o faria em outra ocasião. Ela mostrou-se disposta e aguardou o convite.

Continua

2 comentários:

Thiago disse...

vou aguardar...pra opinar!

ana. disse...

Vou fazer o mesmo que o Mel.
(Que vocês conhecem como Thiago)