quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Conquista IV (O Fim)

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Com grande decisão a ser tomada em pequeno espaço de tempo, o coitado arriscava em insistir. Relutante e receosa, a menina aceitava as novas idéias apresentadas pelo pobre rapaz. Este também sofrido como agora também era sabido. E, se fez um dito acordo naquela hora para que se houvesse tempo de se entenderem melhor. Ela avaliaria a situação mais relaxada, ciente de todos os fatos e das intenções do dito rapaz. Ele, conhecendo melhor a história e até ganhando tempo, procuraria saber se deveria prosseguir com tal relação.

Passavam-se alguns dias e o rapaz matutava sobre a menina, procurando dar-lhe espaço o suficiente para não sufocar e não indo tão longe para não ser esquecido. Era um caminho sinuoso a ser percorrido e os pensamentos deste passavam a arquitetar certas estratégias para descobrir se valeria à pena ou não. As dúvidas tornaram-se freqüentes e as soluções, várias, foram surgindo em suas reflexões.

Resolvia então parte da charada. Como saber se lhe valia todo o esforço garota essa cujo convívio e o conhecimento era tão pouco? Pensava em si no lugar dela e em seu próprio lugar ao mesmo tempo. O que o faria desistir como sendo ele? E o que a faria incapaz de merecer aquela dedicação ofertada de graça?

Aos poucos as respostas iam chegando. Este – o rapaz – não deixaria bobagens afetarem o que poderia vir a ser uma futura esperança. Não era fácil se apegar, mas não deixaria algo que acreditasse ser bom findar por qualquer bobagem, para ele, dar as costas por ato menor, de pouca importância, seria confessar o descaso, exibir indiferença. Acreditava que deveria, por uma só vez, testar o outro lado da história. Se as palavras não funcionavam, o encontros eram escassos, as expressões só revelavam aparências, haveria ele de usar princípios básicos da física para achar suas respostas. “Cada ação corresponde a uma reação”. “Causa e conseqüência”. Ela poderia fugir das palavras, das perguntas e até dele, mas, jamais de sua natureza.

Então, ele achou a solução. Haveria de, em gesto breve e suave, de forma fácil de corrigir, cometer uma garfe, um errinho besta, algo que a afetasse no fundo, mas não machucasse. O fez então. Como não esperava, a reação foi além do necessário, exagerada, frustrante. Não haveria de ser naquela união que encontraria, qualquer um dos dois felicidade qualquer. Ela provara que não se deixava, somente aproveitava breves momentos como para sentir-se bem por algum tempo. Ele a fazia rir, aprender. A desafiava e tinha boas respostas e argumentos para conversas.

Sim, sim, era comprovadamente o final daquela história. Ela se foi para um lado e ele voltou a vagar no mundo. Ela no mundo dela, ele no dele. Sem mágoas, sem mais tristezas, só mesmo a certeza de saberem-se diferentes demais ou impossíveis um para o outro.

FIM
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segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Reflexões Sobre o Ventre

Por hora me pergunto: “Seria o ventre chamado de ventre propositalmente?” Assim, para poetas sempre o pensarem como quente. Ou, de tão quente que é, por hábito, o ventre, tornou-se conveniente chama-lo assim: ventre?