sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Apelo

Se não sabes onde vais meu caminho pode ser [tanto] certo quanto incorreto nessa sua trilha. Fazes-te amarga e triste e, tão bem quanto mal, sabes que te sou parte que posso ser quando autorizas.

Não me vás tão rapidamente, nem te vens quando te convém, posto que cada encontro contigo torna-se sinônimo de esperança e cada decepção pende por se tornar um baque dolorido. És figura que imagino tão perfeita em meu viver e de torna-se tão triste no horizonte. Mal sabes o quanto dói só ver-te assim, longe de mim.

Imagem do meu sol que raia o dia perfeito onde nem ressaca mais deprimente pode apagar um sorriso extasiaste num dia chuvoso e cinza onde o sol insiste em estar lá. Não ignora quem pode ser único em tua vida. Já te fiz parcialmente feliz pois me deste pouco tempo. Posso fazer-te tão mais, ou plenamente, contente que nem imaginas. Não achai que posso ser tão modesto, pois, se não te digo do que sou capaz, como podes desconfiar se tuas próprias convicções julgam-me incapaz? Sou capaz tanto quanto posso provar-te. Dá-me chance moça! Ou jamais saberás que rumo tomaria tua vida se escolhesse a mim.

Dá-me chance moça.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Ato: Amar.

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Imensamente, amo-te, amada amante. E, mesmo morto ou mambembe, torno-me teu, tamanha amante. Trato-te tão ternamente que te trago tamanhas e trilhões de tralhas tocantes, tremenda amante. Também te babo, bobo, abobalhado. Bicho abobalhado! Se bem que, linda como és, logo se ligam das líricas às loucas palavras. Se bem que sabe-se bem que se não fosse tão certa a certeza de saber-te, sóbrio ou sórdido, só minha, talvez que saísse eu, por aí, paparicando poucas palermas sem assumir que era errado e ruim rastejar e rimar romances por rotineiras sabendo que raridade só é sincera quando se ama você amada amante.

domingo, 31 de agosto de 2008

Saudades

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Sem anseios, andou só e refletiu. Passo após passo sentindo nada. Nem vento, nem brisa, nem ar. Calor, frio. Aquilo tudo era lembrança. Não sentia mais nada. Vago. Deitou-se num banco, olhou para o céu, não viu claridade, nem escuro, só via lembranças. Tanto fariam seus olhos abertos ou fechados. Não sentia a temperatura do banco onde comportava seu corpo. Nada ouvia. Só ouvia lembranças.

Achava que eram sorrisos, histórias. Achava que ainda via aquela imagem toda. Era tudo ali, naquele mesmo lugar, ou próximo dali. E pensava ter tudo outra vez. Os breves momentos. Os suspiros, os olhares. Sentia, na verdade, saudades, mas não confessaria nem para si mesmo. E vivia aquele momento. Pensando que vivia. Sonhando com o passado, mergulhado nas lembranças. Só. Na verdade não se sentia só. Sentia-se tão bem acompanhado quanto poderia em toda sua vida. Imaginava estar perfeito e assim mesmo, consigo próprio, mesmo que mergulhado em seu imaginário, por hora tão real, debruçado em tanta felicidade, sentia-se, estranhamente, triste.

Olhava ao seu redor e aproveitava o momento. Registrava o cenário no qual se veria novamente, através de lembranças, e voltava sua atenção para o momento. Para os toques e suspiros que já não eram mais reais. Quando, vagarosamente, embaçava sua visão como se o momento se fosse. Ao passo que todo o verdadeiro odor, o estridente barulho, o vento forte passavam a substituir os sorrisos, os abraços, as conversas, o perfume se ia e a verdade voltava à tona. Uma pergunta com a resposta já estampada no peito lhe vinha às voltas. “Qual a sensação de saber que nunca mais terei aquele beijo?”

Levantou-se, não sorriu, caminhou e se foi.


(Influenciado pelo estilo da predicativa)