sábado, 27 de dezembro de 2008

Café da Manhã

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Seguiu o dia à poética. Todo o dia era bom. O sol que raiava, os pássaros cantavam como de costume, mas, antes, nada era percebido, hoje poderia correr de casa até o trabalho. Primeiro, pediu-lhe que descansasse mais, iria só até o trabalho, já lhe fizera tão bem na noite anterior que não haveria de considerar, depois de um sonho vivido e um café na cama, indelicadeza que este voltasse aos seus sonhos – visto que não lhe era de hábito despertar tão cedo. Deu-lhe um beijo, até parecia o primeiro, na porta de casa e seguiu, sem parecer atrasada, para suas funções diárias.

Já em seu escritório, sua modesta sala de duas mesas e um computador, não conseguia deixar de lado a sensação de bem estar. Seu chefe parecia mais calmo, bem alinhado, imaginava que sua esposa também lhe fizera bem na noite anterior. Em seu estado não poderia relacionar a felicidade com qualquer outra coisa. Pudera, já se passava muito tempo desde que vivera aquelas emoções da última vez.

Abrindo seu e-mail, em busca se informações ou novidades burocráticas a cerca de sua vida prática, deparou-se com surpresa incomum. Havia lá uma mensagem de título “Café da Manhã” cujo remetente era o homem que deixara dormindo mais cedo.Ainda achava disposição para surpreende-la. Dizia o texto:

“Não há bom dia mais feliz do que aqueles que recebo de você. Aqueles ainda na cama, com remelas, num sorriso, com uma cara amassada, com cabelos asanhados, num despertar macio e apaixonado, com um beijo na nuca, com uma disposição incomum de se mover logo de manhã, com fome, num carinho só nosso. Não há bom dia mais feliz do que aqueles que recebo com seu amor, depois de dormir ao seu lado e acordar com seus beijos e seu ar apaixonado! AMO-TE!”

Rendeu-se à tal delicadeza, acanhou-se e, tímida, sorriu.