terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Nada de Paz

Queria uma vida tranqüila, mas não resisto a um desafio. Mesmo que demande tempo, toda conquista é mais bem quista que um acaso, toda vitória é mais comemorada que um acerto. Não vejo glórias, porém não consigo deixar de pensar que uma história é mais digna de ser contada quando aventuras, dramas e tanto mais são as raízes de um resultado esperado ou não.

Não conto louros, mas vivo de histórias. Um capitulo de minha vida que não seja contado como história nada mais é que uma temporada em que morri por algum tempo. A vida é feita de emoções, se resguardar e se poupar é praticar espaços de tempo sem vida. E, digam o que disserem, o que há de melhor na vida é viver!


A.S.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Sorria!

Nada, pois nada mesmo, há de fazer menor minha alegria de viver. O que bate em meu peito não é apenas um coração, mas uma escola de samba inteira. Sorrir? Por que não? Chorar? Só se for pensando em sorrir depois! Ou até mesmo de alegria ou emoção. De nada me vale amargar uma vida tão cheia. Perder é dar espaço para ganhar mais depois. Pensar que algo é pra sempre é ter a doce ilusão que a vida não se acaba alguma hora pois tudo que era pra sempre, sempre será finito. Posto que nada levamos (seja lá o que sua religião diga) além de nossas lembranças. Então, tão logo, de que adianta lembrar de histórias amargas ou viver o querer e não o que se pode. Quero, logo não vivo. Vivo, logo penso. Amo, logo existo.

Se alguns versos convencessem qualquer que fosse o cidadão, não haveria mais tristeza sem alegria de se estar triste. Posto que tudo que nos cega para a felicidade nos estimula a buscá-la. A razão da vida não existe! O que existe é a razão que damos à vida. À vida é que devemos nos dar. Dar vida, dar a vida pela própria vida. Sofrer demais é tirar o pouco tempo de alegria que se pode ter. Remoer e amargurar é deixar de lado momentos felizes e depois alimentar a tristeza por não tê-los vivido.

Bom dia! Boa tarde! Boa noite! Eu te adoro! Eu te amo! Estás tão linda! Bons sonhos! Que belo dia! Que céu lindo! Apenas três palavras podem contribuir para o dia de qualquer um. Tudo bem poupar energias para aplicá-las em outras atividades, por que não economizar gritos para comemorar na hora certa, mas o que se ganha ao economizar um cumprimento?

Sorria, por mais bobo que pareça, por mais estranho que seja o olhar te dirijam, é lógico, vão pensar e sentir seu sorriso como uma inspiração para sorrir também. “É impossível ser feliz sozinho!”. Então sejamos juntos. Eu, você e qualquer um, todos juntos neste pequeno planeta que achamos tão grande, nossa terra natal, a Terra, planeta água.


(A.S.)

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Um Espaço de Tempo

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O que é um espaço de tempo comparado com todo tempo do mundo? Que ilusão sobrevive o bastante? Só mesmo se for real, dura, perdura e frutifica. Vingar, só vinga quando é forte o suficiente. Não adianta plantar uma arvore já crescida. Sem raízes bem fincadas no chão, por mais bela que pareça, será apenas um pedaço de madeira de pé e pronto para cair na primeira brisa que chacoalhar suas folhas.

“Tempo ao tempo” é como se diz. Criemos algo do começo. Sejamos ínfimos, minúsculos, pequenos, para que, então, cresçamos, andemos, falemos de tudo que viveremos, que vivemos, que estaremos vivendo. Para que, enfim, sejamos grandes, tão grandes quanto desejamos ser, para que alcancemos o céu e nem a maior tempestade possa nos derrubar. Posto que crescemos, desde ínfimos, para todos os lados. Posto que não olhamos apenas para cima querendo alcançar os flocos de nuvens no céu, mas procuramos nos espalhar ao nosso redor e a cada camada que formos criando, mais três se formarão por cima. Até que no futuro, vendo nossa aparência jovial, não consigam entender como uma árvore tão velha conserva tanta juventude. Aí sim, diremos, sorrindo, abraçando-nos, com os olhos brilhando: “Somos apenas um espaço de tempo circulando por todo tempo do mundo!”


(A.S.)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Tudo bem, já passou.

- Tudo bem, já passou.

Quisera eu que suas lágrimas fossem minhas, que sua dor fosse minha e que só lhe restasse a lição e a maturidade que há muito já adquiri. Deixou-se deitar em meu peito depois de tanto pranto qual deixa-se seguramente no travesseiro de sua cama após fadigada. Senti seu coração pulsar mais leve, agora que já derramara seu pranto sobre meus ouvidos e acalmava-se ao refletir minhas palavras.

- Por hora não sei como dizer – confessava aos soluços – posto que minhas atitudes não refletem todo o meu coração.

- Pois tente. Nada é pior para um coração que guardar tais mazelas sem saber o que fazer com elas.

- Pus-me a desfazer tudo aquilo que lutei para construir. Demolindo um prédio dentro de mim, mas os alicerces não me deixam sossegar. Cravados metros a fundo. Tropeço sempre que tenho a intenção de um passo mais largo. Vejo-me tão livre, tão plena, mas, ao mesmo tempo, tão presa.

- Diz-se que o que não podemos vencer, devemos aprender a viver junto. Não que devas voltar ao passado, mas que deves saber conviver com ele. Não pense em se livrar, mas em compreendê-lo na situação atual e vê-lo como a base para sua nova vida.

- Tarefa difícil esta.

- Mais difícil foi deixar o passado para trás. Agora, resta-lhe repor as forças e seguir com a segunda etapa desta empreitada.

- Entendo, mas ainda assim dói. Dói muito!

- Não te desesperes. Pensa que a dor de um parto é a felicidade de um filho. Felicidade esta que se estende para a mãe que sente a dor, para o filho que sai de seu conforto e para cada um dos membros que estão ao redor e comemoram uma dor que simboliza o início de uma nova vida cheia de alegrias e atropelos, mas tomada de novas possibilidades de amor.

- Pensando assim, parece até bom. Mas quando finda esta dor?

- Assim que tiver de findar. Deixe a felicidade que te culpa se sobrepor ao medo que te prende. Procure enxergar que, nesta balança, o maior peso está no que mais presas. A felicidade.

- Sinto que palavras são mais simples que as experiências e, mesmo ao brandear meu penar por hora, não soluciona meu pesar.

- Queria que fosse mais simples, porém sem vivê-las jamais saberás do que digo. Contudo lhe digo apenas para que à medida que vás enxergando, pouco a pouco, a solução, a compreenda mais facilmente auxiliada por minhas palavras.

- Temo que dure muito, mas vejo-lhe paciente, meu bem.

- Não há pressa para nós. Apenas deite-se e deixe-se em seus pensamentos. Mais tarde seremos apenas nós.

- O quão cedo, meu bem. O quão cedo.

Perdi a ansiedade há muito. Por mais que muito queira como quero muito, quero por completo e de verdade, não apenas a ilusão da paixão, entretanto mais, muito além disso.

(A.S.)

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Não!

Não apenas me confunda entre suas vontades. Deixe-me um pouco de ti, deixe um tanto de nós aparentar. Tem tanto, mas é tão pouco o que aparece. Cansei das regras e limites. Nunca fui de ter limites, mas agora, por razão ainda desconhecida, tenho aprendido a conviver com eles. Mas não significa que gosto, que quero. Apenas que aceito por suas razões. Não sou de um todo egoísta como aparento. Deixo, aceito, acato, porém, você, não os limites.

Não posso sorrir sem ter certeza que posso, nem mesmo tocar na dúvida sobre a reação. Ainda assim posso falar mil palavras que fazem bem. Da mesma forma como respostas já dizem demais.

Gosto. Gostas. E ponto.

No entanto, nos enforcamos com bobagens sendo assim, como poderia dizer, racionais demais.

(A.S.)

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Paradoxo

Dizem que do amor se faz dor, mas eu não digo. Só dizem mesmo. Disse? Só por que disseram o que disseram. Digo tantas coisas e me arrependo e não me arrependo do que digo, às vezes nem sei se disse mesmo ou só disse que disse.

Disseram que digo muito sobre mim. Dizem, não digo nada. Dizem, também, que se digo é por dizer, não de verdade. Digo que não digo por dizer, mas dizem que só por dizer já digo. É que não consigo dizer que digo o que digo e digo por dizer que digo por dizer, entende?

Dizem que nem eu entendo, mas não digo nada. Digo por dizer ou, digo melhor, digo de verdade que amo quando amo, mas digo por dizer. Dizem que a própria verdade pode não ser verdade, não é? Dizem, não sou eu quem diz.

Eita! Disse por dizer de novo e nem notei. Disse? Dizem que falo demais de mim, mas isso é o que dizem, eu só digo por dizer, mas quando se trata de amor, só digo a verdade. Digo por dizer, dizem. Mas disso eu falo de verdade.


(A.S.)

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Aos Meus

Olham-se, um ao outro, e começam a sorrir. Lembram-se, vêem-se, imaginam-se. Amam-se. Abraçam-se, até beijam-se. Brigam. Juntos, um contra o outro. No fim, apóiam-se. Dão-se uns aos outros. Possuem-se, dividem-se, dividem, se querem, se gostam, se odeiam, se suportam, se separam, mas sempre voltam.

Olham-se, choram, escrevem-se, comunicam-se, calam-se. Conselhos, conversas, debates, choros. Ombros, braços, palavras. São sempre, nunca são sempre, mas sempre são. Abrigam-se, obrigam-se, aproximam-se, afastam-se. Idas, vindas. Mesmo que distantes, sempre, sempre e sempre juntos.

Amizade é um dom, um presente. Amizade é saber-se sempre e sempre contente, mesmo que triste, só por saber-se amigo. Amizade é entender e não entender, mas saber que mesmo sem saber nada, algo acontece. Amizade é ver uma pausa na conversa e entender a tristeza. Amizade é olhar um olhar e entender que há um novo amor. Amizade é sentir que dentre tantos abraços, aquele é o seu, particular, só seu. Amizade é ouvir aquela frase de sempre e perceber que agora você acredita nela. Amizade é conversar sobre a mesma coisa e saber que não é uma questão de dividir, mas de tentar se livrar ou entender aquilo por repetição. Amizade é amar de verdade sem precisar estar perto. Amizade é estar feliz com a felicidade do outro e triste com a tristeza do outro.

Amigo é aquele que a gente olha “e reconhece”. Amigo é aquele que some a gente nunca esquece. Amigo é aquele que volta e a gente até esquece que passou tanto tempo. Amigo é aquele que não te deixa por nada. Amigo é você que entendeu o que eu falei e já se viu em alguma destas situações comigo. Amigo é tanto mais que não haveriam palavras, situações ou idéias que poderia descrever.

Aos meus amigos!

(Sem revisão, ok? Perdoem os erros.)