sábado, 26 de abril de 2008

A carta

Jamais pude expressar por completo o que senti. Minhas palavras não se fizeram na hora ideal e meus gestos não surtiram efeito ou algo próximo a isso. Sim, foi lindo e eterno enquanto durou e, enquanto acabava, meu penar também não teve fim. Fiz promessas, eu sei, e, com toda a verdade que admitia nelas, não foram o suficientes. Sinto ainda mais por não teres sentido amor quando este foi mais presente em tua vida. Dei o que pude e não pude enquanto não te importavas e, assim mesmo, não viste o que tinhas. Se o amor cega como dizem, creio que este não te permitiu enxergar nem a ele mesmo. Sempre soube o que senti e jamais neguei. Tentei te mostrar de todas as formas que pude. Mas nunca tive sucesso. E quando viste, já era tarde demais, e meu amor já havia se tornado um sofrer que já não caberia mais em mim.

Deixo um adeus ao amor, as saudades do nosso tempo que foi só nosso e uma tristeza de não poder te mostrar nem metade do que eu sentia, pois que quando tentei, já não vias mais nada além do teu nariz.

Jamais serás esquecida enquanto eu viver.



Adeus querida amiga que tanto me fez bem enquanto éramos amigos, a quem dei meu ombro pra chorar quando precisou e por quem fiz tudo o que jamais faria por alguém. Nosso amor morreu em meu coração e nós não existimos mais.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Monólogo sem tempo

Agora é hora e já não é mais. Agora já foi e nunca mais será. O que passou, passou. O que é ainda é. O que será, será.

“Não há tempo”; “Quanto mais corro menos tempo me sobra”; “As horas passaram que nem percebi”; “O tempo vive a me engolir”; “Como o dia passou Rápido”; “Como o mês passou rápido”; “Como o ano passou devagar”; “Ao seu lado não há tempo”; “Temos todo tempo do mundo”; “Dê tempo ao tempo”.

“O tempo não pára!!!”

Não encontro meu tempo e vivo sem tempo. Os dias, as horas, minutos. Perco a noção do tempo e não deixo de senti-lo depois. Onde vive meu tempo? Qual é o meu tempo? Dentre perdas de tempo e tempo gasto para o que quer que seja. E o tempo vai levando minha vida e dando minha vida. E o tempo? Se importa? Não. Este só passa e nos leva, nos engole, assim como Cronos comia seus filhos. Devora-nos e nos dá vida. O tempo traz e leva. Dá e tira.

Que horas são?

Por quê? Pois não sei por que.

Que horas são?

É hora de jantar, de almoçar, de trabalhar, de se divertir. Porque? Não sei!

Que horas são?

Correr, correr. Não há mais tempo pra nada. Só nos dão tempo quando nos aposentamos. Quando já não somos tão capazes de aproveitar o tempo que nos é dado. Por fim, temos tempo e não disposição e nos sobra tempo depois que nos viciamos em trabalho e em cotidianos. E nesse tempo todo que nos sobra tempo? O que fazer? Não tive tempo quando podia e agora não posso e me sobra tempo. Será que perdi muito tempo em vida? Será que controlei bem o tempo da minha vida? Ou o tempo me levou a vida e agora só me resta o tempo?

Que horas são?

Desculpe, estou atrasado. Tenho que ir.


[Vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=oDmwCQS62bg]