segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Carta sem título





Ali, além dali, muito distante, ia eu ficando pequeno, pequerrucho, mínimo. Porque eras como a paisagem que por mais que se ande não se alcança. Eras a própria distancia, terreno inalcançável, fossa do mar. E eu, vivia aqui, a ouvir Chico Buarque e contemplar grandes passes do Rei do Futebol, ainda que não goste de futebol, via pela arte. Pude sentir, inúmeras vezes o calor de tuas mãos em meus cabelos antes de vê-la, huuum!

Mesmo que próxima e distante, bem ou mal foste mesmo meu colo quando havia ninguém. Minha tristeza era daquelas que te afoga em lágrimas ou faz perder-se dentro de si mesmo. E tentei, por várias vezes, disfarçar o meu falecimento sentimental, para não dizer minha morte interior, que, ó Deus! já vivia, eu, o encanto e a felicidade plena sem tu.

Na Veneza pernambucana, os canais impuros, as pontes, as paisagens. Nada mais era belo, nada mais era visto por mim. Mas sempre soube que chegar até você seria como subir para cima, repetir de novo, era como se todos os astros fossem unânimes em dizer: “Vai acontecer, é seu destino”.

E neste excelente estado, receoso, romântico, ridículo num raro momento, estaria, eu, pronto para senti-lo, o amor. Belo, nostálgico, indescritível chegaria a mim.

E eu disse: “Eu já sabia!”.

(Eu estudando figuras de linguagem. : P)