segunda-feira, 21 de abril de 2008

Monólogo sem tempo

Agora é hora e já não é mais. Agora já foi e nunca mais será. O que passou, passou. O que é ainda é. O que será, será.

“Não há tempo”; “Quanto mais corro menos tempo me sobra”; “As horas passaram que nem percebi”; “O tempo vive a me engolir”; “Como o dia passou Rápido”; “Como o mês passou rápido”; “Como o ano passou devagar”; “Ao seu lado não há tempo”; “Temos todo tempo do mundo”; “Dê tempo ao tempo”.

“O tempo não pára!!!”

Não encontro meu tempo e vivo sem tempo. Os dias, as horas, minutos. Perco a noção do tempo e não deixo de senti-lo depois. Onde vive meu tempo? Qual é o meu tempo? Dentre perdas de tempo e tempo gasto para o que quer que seja. E o tempo vai levando minha vida e dando minha vida. E o tempo? Se importa? Não. Este só passa e nos leva, nos engole, assim como Cronos comia seus filhos. Devora-nos e nos dá vida. O tempo traz e leva. Dá e tira.

Que horas são?

Por quê? Pois não sei por que.

Que horas são?

É hora de jantar, de almoçar, de trabalhar, de se divertir. Porque? Não sei!

Que horas são?

Correr, correr. Não há mais tempo pra nada. Só nos dão tempo quando nos aposentamos. Quando já não somos tão capazes de aproveitar o tempo que nos é dado. Por fim, temos tempo e não disposição e nos sobra tempo depois que nos viciamos em trabalho e em cotidianos. E nesse tempo todo que nos sobra tempo? O que fazer? Não tive tempo quando podia e agora não posso e me sobra tempo. Será que perdi muito tempo em vida? Será que controlei bem o tempo da minha vida? Ou o tempo me levou a vida e agora só me resta o tempo?

Que horas são?

Desculpe, estou atrasado. Tenho que ir.


[Vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=oDmwCQS62bg]

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