Dito em palavras toscas, mensagens distorcidas, o sinal da
derrota é sempre confuso e ao mesmo tempo claro. Não se fazem mais amigos como
antigamente, não se fazem mais laços como sempre, tudo o que resta é o pouco
que sobra de si para transformar em bengala e se apoiar até que se recupere.
“Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”, “Não
desista nunca”, “a insatisfação movimenta o mundo” e quando todos os ditados,
mesmo que fazendo sentido, não surtem efeito? A caminhada é longa, mas nem
sempre o caminho é claro. Bifurcações, pedras, rochas, paredes, o que mais se
pode se por na estrada?
Tudo que sobra é o pedaço que ainda há em si mesmo. Posto
que, ao redor, não nada ou ninguém em quem se apoiar. E quando tudo é falho e
frágil? Todo banco ou encosto pesa ou pende na direção oposta e tudo que foi
construído e deveria suportar simplesmente clama por suporte. Seu peso, mesmo
quando não existe é medido pela simples presença ou ausência no horário
incorreto.
Se levantar é difícil, se rastejar é incômodo, parar é cruel
e mal visto. Mexa-se e condene-se, pare e envergonhe-se. Todos não se importam,
mas ninguém se importa. É o paradoxo do mundo visível. A antítese do mundo
atual que sonha tanto com o ideal que nem sequer tem tempo para construí-lo.
Discursos, livros, compreensão, estudos e onde anda a ação? Sai
caro demais. Gasto de empenho, gasto de energia, gasto de dinheiro, gastos com
argumentos. Por demais. Não façamos pois já sabemos como fazê-lo. Fê-lo? Não ,
não, Pode ficar melhor.
A.S.
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