segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Trecho do meu curta (Narrado)

Não, não sou um monstro, sou comum, assim como aqueles que me julgam. Não, repito, não sou um monstro. Neste mundo nos levam a crer que somos o que não somos, deslocam nossos pensamentos chamando-os de instinto e nos adestram, aos poucos, para controlar nossa natureza. Somos animais, sim, racionais, entretanto, os mesmo animais que habitavam estas terras desde os primórdios. Lapidando-nos, nos forçam a esquecer que nossa essência é simples, destruímos e passamos por cima de tudo o que nos é inconveniente para alcançar nosso conforto psicológico, físico, instintivo.

Não mesmo, não sou um monstro. Sou, assim como você, um animal racional, cercado de regras escritas por homens que não tinham a mínima noção de como o mundo seria nos dias atuais. E por que não escrever minhas próprias regras? Por que não seguir meus instintos? Por que não matar alguém? Quem sabe que isto lhe faria bem? O que há de tão importante numa vida humana? O medo das regras mesmo quando não se sabe de onde vieram torna atos que seriam naturais em atitudes bárbaras, arcaicas, mas ainda somos os mesmos homens, ainda não encontraram o ser humano ideal, ainda somos animais instintivos, doentes, sim, infectados por uma tal humanidade que não reconheço como um bem, eu a vejo como uma prisão.

Não, não sou um monstro, sou livre, agora sou livre.

3 comentários:

• c. disse...

Fico feliz que tenha se mantido
no mesmo compasso, o resultado
não decepcionou.

Fiquei aqui com os botões, pensando
nessa cegueira voluntária.

quero ver o curta!
e ajudarei sempre que puder.
*:

Thiago disse...

palavras firmes Augusto! Quero poder ver mais disso! recebeu o email?

Béa Pedrosa disse...

palavras certas, duras e sensatas. gostei do que li, a forma como conduziu o texto. voltarei mais vezes!